O que é Joanete?

O hálux valgo, também conhecido como joanete, é uma deformidade caracterizada pelo desvio do dedão do pé para fora e a rotação interna do primeiro metatarso. Essa condição é mais comum em mulheres e pode levar ao desenvolvimento de outras complicações, como dedos em garra, dor na planta do pé (metatarsalgia), sinovite e neuropatias intermetatarsais.

As causas exatas do joanete ainda são debatidas, mas fatores genéticos e o uso de calçados apertados são considerados importantes. 

À medida que o joanete progride, podem ocorrer complicações adicionais, como a disfunção do tendão flexor e extensor, impactando o caminhar e aumentando a carga sobre os outros dedos do pé. Essas consequências mecânicas podem levar a dores adicionais e instabilidade nas articulações dos outros dedos do pé.

Em estágios avançados do joanete, pode ocorrer uma disjunção entre a placa plantar e os ligamentos suspensórios do primeiro metatarso, levando a uma subluxação dos sesamoides e um aumento do desvio do hálux. Isso pode resultar em uma melhora temporária da dor, mesmo com uma progressão significativa da deformidade.

História e Exame Físico

É importante saber o que a paciente faz no trabalho, já que isso influencia muito no tratamento que será recomendado. Muitas vezes, as pacientes precisam ficar em pé o dia todo, usar sapatos apertados e de salto alto, e caminhar muito. Isso precisa ser avaliado bem antes de pensar nas opções de tratamento.

Geralmente, as pacientes não percebem completamente as dificuldades causadas pelo joanete, pois os sintomas são leves e não as impedem de fazer suas atividades diárias.

Algumas limitações comuns incluem evitar usar certos tipos de sapato, evitar algumas atividades sociais e até mesmo parar de praticar esportes para não sentir dor no pé.

Algumas dizem que a dor não é tão forte, mas procuram ajuda médica porque têm vergonha dos seus pés e os escondem em público ou na praia.

Como você pode perceber, o joanete pode ser doloroso, não só fisicamente, mas também emocionalmente.

O exame físico é muito importante para determinar qual tratamento a paciente precisa. O sinal mais evidente é um caroço do lado de dentro da base do dedão do pé, mas isso não é o mais importante. Além disso, é necessário verificar a mobilidade do dedão, se tem dor ao movimentá-lo e se há outros problemas nos dedos e no pé. Se houver, é importante procurar tratamento adequado.

Tratamento não cirúrgico

Quanto ao tratamento conservador, é importante mencionar que não há comprovação científica de que ele corrija a deformidade; no entanto, pode ajudar a aliviar a dor da paciente

Medidas conservadoras incluem o uso de fitas adesivas, protetores de silicone para o metatarso (muitas vezes recomendadas para aliviar a dor na sola do pé) e talas noturnas (às vezes dolorosas e pouco toleradas pelas pacientes), entre outros. 

O mais importante é evitar pressionar diretamente o joanete. Isso pode ser conseguido principalmente usando sapatos com bico quadrado, largos e preferencialmente feitos de material flexível ou tecido. Sapatos novos costumam ser mais desconfortáveis que os antigos, porque um sapato já usado já se moldou parcialmente à deformidade, exercendo menos pressão na área. 

No caso das mulheres, que muitas vezes usam sapatos de salto alto no trabalho, é difícil (se não impossível) trocar de sapatos, tanto por preferência pessoal quanto por convenção na sociedade atual, onde o uso de sapatos elegantes é considerado importante.

Tratamento Cirúrgico

É consenso atualmente que o tratamento cirúrgico deve ser baseado em osteotomias, e todos os procedimentos em tecidos moles são secundários.

Existem certos grupos de pacientes que devem receber orientações especiais antes de optar pela cirurgia. Estes são pacientes com imaturidade esquelética e pacientes que dependem do esporte para o sustento. No caso de adolescentes, a recomendação é realizar a cirurgia, se possível, após a maturidade esquelética (após os 15 anos) para diminuir o risco de recorrência.

No entanto, se a dor for muito intensa, é possível considerar a cirurgia.

Pessoas com transtornos depressivos têm resultados funcionais mais pobres, então devem ser avaliadas e aconselhadas de acordo com suas expectativas em relação à cirurgia.

A Cirurgia Minimamente Invasiva

A cirurgia minimamente invasiva para joanete é mais frequentemente realizada sob anestesia local.

Algumas pacientes podem se beneficiar da raquianestesia em caso de cirurgia em ambos os pés, por exemplo.

O procedimento geralmente é feito como uma cirurgia ambulatorial: você chega e sai da clínica no mesmo dia. A operação dura cerca de 30 minutos.

Para todas as cirurgias minimamente invasivas de joanete, são feitas incisões de alguns milímetros, apenas o suficiente para fazer as correções ósseas necessárias.

É realizado um curativo que será trocado no consultório, na próxima consulta, em uma semana, e a paciente é liberada para pisar com uma sandália especial desde o primeiro dia!

Nos primeiros dias após a cirurgia, são prescritas medicações analgésicas e eventualmente o anti-inflamatório para melhorar o conforto e aliviar possíveis sintomas desagradáveis.

Você será acompanhada de perto em cada fase do pós-operatório, até que esteja apta a usar calçados comuns e retornar às suas atividades de rotina.

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